Infecção Urinária: o que eu preciso saber?

infecção urinária

A infecção urinária, ou infecção do trato urinário (ITU), é uma doença comum que acomete homens e mulheres de todas as idades e apresenta variabilidade considerável quanto às formas de apresentação e intensidade do quadro.

As ITUs podem acometer indivíduos de todas as idades, independentemente do seu estado geral de saúde, sendo mais frequente em crianças do sexo feminino, em recém nascido do sexo masculino, em mulheres jovens sexualmente ativas e em idosos.

A infecção urinária é mais frequente nas mulheres devido à curta distância entre a uretra e a bexiga, tornando mais fácil o acesso de microrganismos que colonizam a uretra para alcançar a bexiga e causar a infecção. Além disso a abertura da uretra nas mulheres é bem próxima ao reto, assim manipulações urogenitais associadas à vida diária (forma de se higienizar) ou intervenções médicas, facilitam a ascensão de bactérias via uretra, resultando em infecções.

Pelo menos metade das mulheres apresentará ao menos um episódio de infecção urinária ao longo da vida. Por isso surgiram muitos mitos em relação a infecção urinária, o que considero mais popular é o “andar descalço” e “pegar frio” ainda vejo mães e avós falarem para as mulheres que isso causa infecção urinária. Outro mito é que a infecção é transmitida de pessoa a pessoa, muitas pessoas acreditam que se sentar no banco de alguém com infecção urinária também vai “pegar”, a principal bactéria causadora de infecção urinária vive no intestino e só causa infecção quando sai do intestino e chega na bexiga, por isso não é transmissível de pessoa a pessoa.

A prevalência de bacteriúria (presença de bactérias na urina) em mulheres jovens é 30 vezes maior que em homens jovens, proporção esta que diminui com o avançar da idade, de modo que na terceira idade pelo menos 20% das mulheres e até 10% dos homens apresentam bacteriúria, fato justificado em parte pelas doenças crônicas, as disfunções miccionais do idoso e, especialmente, a obstrução infravesical causada pela hiperplasia prostática (aumento de volume da próstata).

Grupo de risco da infecção urinária

Há que se considerar a existência de determinados grupos de risco, os quais são mais suscetíveis não só ao desenvolvimento da afecção em si, como também ao desenvolvimento de formas mais graves e potencialmente complicadas.

São eles:

  • Idosos
  • pacientes institucionalizados (exemplo em asilos)
  • gestantes
  • pacientes imunossuprimidos
  • indivíduos com disfunções miccionais

A incidência de bacteriúria em pessoas institucionalizadas é duas vezes maior do que em pessoas residentes em domicílio.

O que é infecção urinária hospitalar?

A infecção urinária hospitalar é responsável por cerca de 40% dos quadros infecciosos nosocomiais (casos infecciosos hospitalares). A bacteriúria também é mais incidente no período da gestação, quando deve ser pesquisada e tratada, mesmo que assintomática, em função do maior risco de acometimento do trato urinário alto em decorrência das alterações gravídicas. O espectro de agentes etiológicos (causadores da infecção) é semelhante tanto nas infecções do trato urinário baixo (cistite) como nas do trato urinário alto (pielonefrite), quando agudas, não complicadas e de origem comunitária.

Sintomas da infecção urinária hospitalar:

Os sintomas mais frequentes são

  • desconforto ao urinar
  • necessidade frequente de urinar
  • urina com aparência turva menos frequente
  • febre
  • dor na região lombar.

É importante ressaltar que a maioria das infecções urinárias se manifesta sob a forma de infecção baixa não complicada e afebril, classicamente, a cistite aguda da mulher. Já a infecção do trato urinário alto, a pielonefrite, vem frequentemente associada a fatores complicadores (urológicos ou não), sendo mais grave, que traz maior repercussão à saúde e, geralmente, aspira por maior cuidado. Lembrar que homens jovens e saudáveis que se apresentam com infecção urinária devem sempre ser avaliados com cautela, já que a ocorrência desta afecção é incomum na ausência de fatores predisponentes.

O diagnóstico laboratorial da cistite não complicada é fortalecido por meio do exame clássico da urina (urina 1, urina rotina ou EAS – sedimentos e elementos anormais). A amostra de urina obtida deve ser constituída pelo jato médio e, preferencialmente, a primeira urina do dia ou, pelo menos, amostra de urina com intervalo mínimo de quatro horas após a última micção, período correspondente à latência para o crescimento bacteriano. Mas em caso de forte suspeita clínica, pode ser coletado a qualquer momento a amostra para ser analisada.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico definitivo é confirmado por meio da cultura da urina. Tradicionalmente, a bacteriúria significativa se caracteriza por crescimento bacteriano > 100.000 UFC/ml, nos pacientes com sintomas clássicos e que mostram as alterações características do exame de urina, o tratamento pode e deve ser instituído mesmo sem o resultado da cultura e antibiograma. A cultura e o antibiograma servem para verificar se o tratamento instituído é eficaz contra aquele microrganismo ou também para escalonar o antimicrobiano, principalmente em infecções hospitalares. Isto é, tem o objetivo de adequar o tratamento de escolha àquele microrganismo causador da infecção urinária.

Portanto, a infecção urinária representa hoje um importante problema de saúde, sendo a doença infecciosa bacteriana mais comum na população geral, tanto em nível comunitário quanto em nível institucional e hospitalar. Caso tenha dúvidas, procure seu clínico de confiança e conte conosco para mais informações sobre os exames confirmatórios.

* Este texto foi redigido conforme evidências disponíveis até 30/05/2022.

Referências:

https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo5/pre_urinario.htm

https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-sudeste/hc-uftm/documentos/protocolos-assistenciais/prt-svssp-002-prevencao-de-infeccao-do-trato-urinario-versao-2.pdf

https://www.aeciherj.org.br/publicacoes/Informativos-CCIH/Infeccao-urinaria_Conduta.pdf

https://www.scielo.br/j/ramb/a/6kHcLNzhk6KyTmmz3cwqDPy/?format=pdf&lang=pt

https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-556297

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